para a Inês Dias
A festa foi ontem. Mas não tivemos festa,
pela primeira vez em muitos anos.
Almoçámos tarde, na Rua da Regueira,
e o amor parecia diluir-se entre vielas
demasiado limpas e sombras do que já fomos.
grinaldas frias, versos sem dono
nem sentido. Perto, ou muito longe,
três velas teimavam em iluminar-te os passos.
O cravo, azul, veio ao nosso desencontro.
Mas era de papel, embora rubro;
não nos podia salvar de sermos nós.
A festa, a única que me interessa é o teu nome.
Manuel de Freitas, Sunny Bar,
sel. de Rui Pires Cabral, Lisboa: Alambique, 2015
[ID, 12/13 de Junho de 2015]
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