domingo, 14 de junho de 2015

13 DE JUNHO DE 2011


para a Inês Dias



A festa foi ontem. Mas não tivemos festa,
pela primeira vez em muitos anos.
Almoçámos tarde, na Rua da Regueira,
e o amor parecia diluir-se entre vielas
demasiado limpas e sombras do que já fomos. 

grinaldas frias, versos sem dono
nem sentido. Perto, ou  muito longe,
três velas teimavam em iluminar-te os passos.
O cravo, azul, veio ao nosso desencontro.
Mas era de papel, embora rubro;
não nos podia salvar de sermos nós. 

A festa, a única que me interessa é o teu nome. 


Manuel de Freitas, Sunny Bar,
sel. de Rui Pires Cabral, Lisboa: Alambique, 2015




[ID, 12/13 de Junho de 2015]

Sem comentários:

Enviar um comentário