Para Inês Dias
Os dias passam
e fica o silêncio das casas desocupadasuma gota d'orvalho suspensa no vazio
nunca constrói uma ponte sobre o nada
algumas coisas nunca acontecem
raízes subaéreas
deste mundo muito estreito
lembram marés acima dos dias
famintas de luz
nunca roubando a gota
à flor vizinha.
Miguel de Carvalho, Neste estabelecimento não há lugares sentados,
Lisboa, Alambique, 2016
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